sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sintra, ao luar

Delirando em torno de ti descubro
Todas as coisas que me fazem recordar
Aquele pálido rosto, ardente e rubro
Sob a carícia de nossos beijos ao luar.

Quantas vezes percorri eu estes caminhos,
Estas estradas, estes atalhos, para contigo
Me encontrar, onde pudessemos estar sozinhos.
Que será feito daquele velho mendigo???

Ele, que apenas com a roupa do corpo
Tinha em sua posse, o maior tesouro do mundo
Uma lágrima tua, cristalina como água de poço fundo...

Que será feito dele? Que é feito de nós?
Onde estás tu agora, meu amor...
Partiste, e no teu lugar, ficou apenas a dor...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Floresta Oculta

Outros dias vêm, breves e sombrios.
Nos vales que habitam os homens,
Vivem criaturas de corações frios
Esperando-te no caminho quando vens...

Em todas as florestas há um monstro
- seja um ogre, seja um lobo - naquela,
Habitam vários, pintados a aguarela.
Eu apenas vos estou a tentar demonstrar...

Que em todas as florestas, há coisas...
Estranhas porventura, mas bestas
Que apenas existem nas nossas cabeças!

Ou será que não? Porventura, na tua floresta
Tens um monstro como este, armado de loiças
Que parte, acabando a nossa festa...