sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pierrot, amigo que me conheces

Entre aguardente de medronhos
Penso em ti, caro amigo
Pierrot, personagem dos meus sonhos,
Em minha história contigo.

Há tantos anos que te conheço
E nem de longe me pareço
Contigo, que meus sonhos habitas,
E neles vês imagens explícitas.

Os meus anseios, os meus pesadelos,
As minhas angústias, as minhas paixões...
Pierrot, não me deixes quebrar corações.

À luz da Lua, penteia os cabelos
Aquela que me faz pensar...
Pierrot, aquela que me faz amar...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O oceano chama pela garrafa

22 horas, poltrona. Casa, quanto anseio por tua frieza...

A Kronos dirijo estas palavras,

Temos o tempo que a nós dedicas, amado Deus... Vivemos, morremos. Nascemos, crescemos, florescemos, deixamos os nossos frutos pelo mundo, e num piscar de olhos, somos apenas adubo.
Será que alguma vez deixamos de ser adubo? Será que somos apenas isso? O pó que amanhã cobrirá as estradas por onde passam as pessoas?
Pó... Resumimos-nos a pó? Poeira que entra num olho, incomoda e no fim desaparece quando menos esperamos? ou seremos algo mais?
Somos eternos? Eu sei que a Eternidade faz parte da minha vida... Kronos, sou um de teus Discípulos, vivo segundo a tua vontade... Capricórnio tu comandas, Capricórnio é o teu mundo, Capricórnio é o teu povo...
A Eternidade está do nosso lado, ó Pai. Tu, que apenas tens o início como memória, o presente como lufada de ar que te chega, o fim como uma luz ao fundo do túnel. Tu, que jamais perdes o teu trono, que Zeus usurpa, mas que jamais ocupa com o mesmo explendor que tu... Strategos, comanda o teu povo, leva-nos de novo ao Olimpo...
Estas palavras que escrevo, não farão sentido quando as leres, sejas tu, seja quem as encontre... Tenho noção disso, mas meu Senhor, como é possível que não me entendais, quando no nosso coração bate o mesmo coração, que ferve de Amor sem no entanto transparecer, quando nas nossas mentes apenas a Perfeição é admitida, apenas existe uma hierarquia, onde nós somos tudo abaixo de ti, e nunca sem ti? Quem somos nós, para além de sermos teus filhos? Sois apenas uma paixão que nos assola, ou talvez um sentimento que se perpetua?
Encontro em meu discurso numerosas falhas, admito-as todas. Seja uma forma próxima de te falar, Pai, seja uma forma mais distante. Somos assim, estranhos no nosso mundo... Nós nascemos para a guerra Pai, no meio do Inverno, nós sobrevivemos, vingamos, crescemos, fazemo-nos Homens, talvez Gregos, por mim falo, Lusitano sou, e assim morrerei...

A ti rogo, Kronos, que me iluminais o dia, pois este teu filho está em dificuldades, e não vive, apenas existe... Eis uma ocasião em que a Eternidade não joga a nosso favor... Será essa a nossa maldição, Pai?

Enrolho mais uma mensagem, na ânsia que desta vez o Mar Oceano, casa de Poseidon, acolha estas palavras...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Amando vivo, amando sofro...

Amando vivo, amando sofro...
Teu coração a mim não pertence,
Teu nome nos meus lábios, um sopro
Claro e puro como vidro marinhese.

Teus olhos castanhos que chamam
Em meus olhos castos vejo
Todo o clamar de um beijo
Que meus lábios a teus furtam.

Somos duas almas unidas,
E nossas vidas serão repartidas
Entre Amor e Paixão ardente.

E na Derradeira Hora,
Deus, deixa-me ir embora,
Que sem ela vivo somente...