segunda-feira, 27 de abril de 2009

Para quê amar?

O Ser Humano procura sempre mais. Seja uma sensação nova, seja o que for, tem de ser novo, extravagante e que consiga tornar o que estava nesse pedestal (que criámos no nosso mundinho privado, em que nós decidimos quem entra e por quanto tempo), se torne obsoleta.
As ilusões são aquilo que o Ser Humano mais aprecia. Esse Ser encontra outro Ser que despreenda 5 minutos dos milhões que compõem o seu ciclo normal de existência efémera neste calhau azul e verde que passeia pelo tecido espacio-temporal, e imagina logo uma série de eventos assossiados a uma vida partilhada. Seja uma união sentimental abençoada pela entidade suprema (Deus, Alá, Buda, Shiva, o Karma, José Sócrates... é só escolher nas Páginas Amarelas), com o bónus de um pequeno rebento que nos relembre aquelas pequenas coisas que tanto apreciamos e valorizamos no outro Ser, como a futilidade de comprar um carro familiar e uma casa para ter espaço com fartura para se dedicar a encher de inutilidades imensas.
O Ser Humano, que se alimenta dessas ilusões irrisórias, não deveria passar á derradeira ilusão que é esse mesmo casamento...
Deve sim manter-se nessas ilusões irrisórias, pois enquanto não tiverem de lidar e viver todos os pequenos dias que compõem a vida a dois (ou a três se tiver o azar de a progenitora do outro Ser vier como agregado), sentem-se vazios, e depois de terem essa tão almejada vida, sentem falta desse sentimento de libertinagem total que essa ausência de outro Ser ligado a si por laços que ele próprio criou...

Mas a falar verdade, quem é que não quer um desafio? Seja a sogra que insiste em fazer-nos sentir que estamos a colmatar a falta que o outro Ser sente de algum outro Ser que foi especial para ele, seja por outra inutilidade bárbara que essa raça de Seres consegue sempre encontrar para estragar os pequenos momentos de alegria que podem ocorrer numa vida a dois...
Vale sempre o esforço ;-)

dedico este texto á Patrícia, pois esta mensagem não é mais que uma conversa que tivemos os dois, e espero que a ajude a compreender melhor o que é isto da vida... ;-)

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